Zelo acústico no projeto reduz transtorno

Título | Zelo acústico no projeto reduz transtorno – Cuidado acústico desde o projeto reduz transtornos de adaptações em imóveis
Fonte | Jornal O Estado de São Paulo, SP – 10/02/13 – Blogs do Estadão – SP – Radar Imobiliário – 12/02/13
Autor |  Gustavo Coltri
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Adoção de medidas contra ruídos são mais difíceis em imóveis prontos pois a ocupação por moradores restringe alcance de mudanças

Na rota de aviões do Aeroporto de Congonhas, a profissional de relações públicas Renata Marino Senise, de 28 anos, só conseguiu dormir tranquila após realizar uma série de adaptações que reduzissem o impacto dos ruídos externos sobre seu apartamento, localizado no 11º andar de um edifício de Moema, na zona sul da capital paulista.

“O maior problema é que tenho dificuldade para dormir, faço tratamento desde os 17 anos, e todos os barulhos me mantinham acordada. O dia em que resolvi colocar a janela antirruído foi quando acordei às 4h, com meu porteiro assobiando”, conta, cheia de bom humor.

Renata gastou aproximadamente R$ 15 mil para isolar a unidade – um terço do valor apenas no dormitório, com uma janela acústica do tipo sobreposta que reduziu pela metade a passagem de som. “Ainda escuto alguns barulhos, como, por exemplo, latidos de cachorros ou crianças gritando bem alto, pois as paredes são finas. Mas sem dúvida valeu muito a pena ter feito esse investimento, e eu faria novamente.”

Transformar uma unidade pronta como a dela pode ser um custoso desafio. De acordo com o presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica), Davi Akkerman, os valores de uma adaptação podem variar de R$ 30 por metro quadrado para até R$ 1.000 – apenas uma janela adaptada custa a partir de R$ 2 mil.

“O ideal é sempre fazer o projeto (de acústica) na construção. Depois é mais complicado, porque, às vezes, é necessário quebrar a parede e não fica viável.”

A utilização dos materiais varia de acordo com as necessidades de cada imóvel. A aplicação das soluções leva em conta a origem do barulho, a forma de propagação do som – aérea ou estrutural –, a intensidade e a frequência do ruído, além das condições construtivas da edificação.

“As lajes estão cada vez mais finas, as paredes parecem de papel”, diz o consultor especialista em acústica Edison Moraes, da Atenua Som. Para ele, as intervenções nas áreas internas das unidades são especialmente trabalhosas e nem sempre alcançam o resultado esperado.

Em um condomínio, por exemplo, o isolamento do barulho gerado pelo morador de um andar superior não é totalmente eficaz para a unidade de baixo apenas com a instalação de um forro reforçado, paralelo ao teto. Já a utilização, sob o piso do apartamento de cima, de uma manta que minimize o impacto na laje só pode ser realizada com a retirada e a recolocação do revestimento, o que depende do proprietário do imóvel em questão.

“O importante é haver a análise e a especificação por um profissional competente para que não haja equívocos e frustrações”, diz o engenheiro Marcelo de Godoy, diretor da Modal Acústica, para quem os ruídos de tubulações são uma das principais fontes de conflito.