O projeto do Museu do Amanhã foi apresentado no Fórum de Arquitetura e Construção da Revestir 2016

Construção com
numerosos elementos, projeto do museu no Rio de Janeiro exigiu normas
estrangeiras e modelagem em ambiente virtual.

Inaugurado
em dezembro do ano passado, no Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã foi tema da
palestra do arquiteto Marcos Holtz, coordenador do Comitê de Acústica
Ambiental, da ProAcústica, e diretor da Harmonia Acústica, escritório
contratado para desenvolver o projeto acústico. Holtz foi um dos convidados do
fórum de arquitetura e construção da Revestir 2016, realizado em São Paulo.

Para
apresentar o projeto de acústica o arquiteto projetou slides e fez uma série de
explanações relevantes. Segundo ele, “como o museu tem duas estruturas
sobrepostas e formato livre, repleto de curvas e formas orgânicas, foi
necessária a modelagem do projeto em BIM (Building Information Modeling)”. No
ambiente virtual, as informações paramétricas, permitiram maior precisão no
projeto e construção, nos orçamentos, no detalhamento e execução de estrutura
metálica, fôrmas de concreto e instalações.

Os
espaços mais desafiadores para o escritório foram o auditório e a área de
exposição permanente do museu. “O auditório, elíptico, foi de difícil solução
devido à possível focalização do som em determinados pontos da plateia. A
cobertura de concreto e as paredes de lambris de madeira retroiluminados
constituíram elementos desafiadores, além da museografia multimídia, da área de
exposição (com pé-direito alto) e das paredes laterais”.

Como
o uso principal do auditório será para conferências, palestras e eventos, as
paredes foram tratadas com material absorvente a fim de controlar a
reverberação e a focalização dos raios sonoros. Os equipamentos de ar-condicionado
foram tratados com atenuadores de ruído.

Segundo
o arquiteto, existem diversas fontes sonoras (aviões, sinos, sirenes) e outras
prováveis fontes sonoras no mar (apitos de navios), com posições imprevisíveis.
Com base nas informações obtidas por medições e nas simulações de ruído
incidente na fachada, o nível de ruído externo adotado para os cálculos de
isolamento da fachada e cobertura foi de 75 dB(A).

Na
área museográfica foram utilizados elementos acústicos como baffles e
revestimentos incorporados às instalações, além de desenho específico de
mobiliário para controle de ruído dos equipamentos internos. “Pelo fato de
o subsolo ter espaço exíguo mas precisa comportar um grande número de
equipamentos como os de reúso de água, foi necessário um detalhamento especial
de todos os sistemas antivibratórios. Como não existem critérios nacionais para
acústica de museus foram utilizados os da norma australiana AS 2107:2000”,
finalizou Holtz.