Brasil ainda está atrasado no mapeamento sonoro das cidades

Título | Brasil ainda está atrasado no mapeamento sonoro das cidades
Fonte | Portal PiniWeb – por Aline Rocha
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A prática de mapeamento sonoro ainda está no começo no Brasil. É o que afirma o Professor Bento Coelho, doutor em Engenharia Acústica e integrante do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, em Portugal. Segundo ele, Fortaleza é a única grande cidade do país que está realizando seu mapa, já em fase de finalização.

Mapear o ruído urbano permite que sejam elaborados planos e regras para atividades econômicas com emissões sonoras significativas ou até mesmo interditar estas atividades quando o ruído exceder os valores regulamentadores.

Na Europa, a cartografia sonora é obrigatória há 10 dez anos, desde a Diretiva Europeia de 2002, que trata da gestão da poluição sonora no meio ambiente. Porém, esta prática já era comum alguns anos antes da obrigatoriedade. De acordo com o professor, a cartografia sonora de Lisboa foi concluída em 1995.
 
“Os trabalhos a nível urbano na Europa são complexos, pois a maior parte das pessoas mora em cidades”, diz. Apesar de a obrigação na Europa ser destinada somente aos grandes centros urbanos, países como Portugal e Polônia aplicam a metodologia em praticamente todas as cidades do país. Cidades pequenas que ficam próximas a aeroportos, por exemplo, são ideais para o mapeamento. “A cartografia tem a ver com cidades e com fontes de ruído”, o professor completa.

Ele também afirma que o objetivo do mapeamento de ruídos não é somente atender as reclamações dos moradores, mas também evitar que elas apareçam. Zonas residenciais ou que possuam escolas e hospitais precisam desta metodologia para que o seu planejamento seja melhorado.

A respeito dos passos para a implantação da cartografia sonora no Brasil, o professor diz que é preciso avaliar as principais fontes sonoras, como estradas e aeroportos. Todos estes dados são coletados para fazer um cálculo dos níveis de ruído no exterior, o que ajudará, por exemplo, no planejamento da infraestrutura de transportes de uma cidade, já que a cartografia sonora também estabelece limites de operação de ferrovias, aeroportos, rodovias e metrô.

No vídeo a seguir, o professor comenta sobre a necessidade de uma carta acústica para a cidade de São Paulo.