Especialista em acústica defende padrões mais rigorosos para a Norma de Desempenho

Título |  Especialista em acústica defende padrões mais rigorosos para a Norma de Desempenho
Fonte | Acústica em pauta – Revista Téchne – Edição 220 – SP – Julho/2015
Autor | Bruno Loturco
Conteúdo na íntegra | Acesse aqui
Conteúdo online | Acesse aqui

Apesar dos avanços proporcionados pela Norma de Desempenho e pela melhoria de sistemas e materiais, engenheiro consultor em acústica considera muito brandas as exigências atualmente em vigor.

Formado em engenharia civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1978, concluiu mestrado em acústica de edificações pelo Institute of Sound and Vibration Research, da University of Southampton, na Inglaterra, em 1980. Em 1983 foi eleito membro do Institute of Acoustics, da Grã-Bretanha. Entre 2006 e 2009 e entre 2010 e 2014 foi conselheiro da Sociedade Brasileira de Acústica (Sobrac). Em 2011 fundou a Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica), entidade que preside atualmente. Além disso, desde 1994 atua na Harmonia Acústica, empresa de projetos e consultoria acústica nas edificações e de controle de ruídos no meio ambiente.

Há três décadas atuando com projetos e consultoria de acústica, o engenheiro Davi Akkerman considera que a NBR 15.575 – a Norma de Desempenho – trouxe consideráveis avanços para o setor da construção civil no que diz respeito à preocupação com o tratamento dado às interferências sonoras em edificações. Entretanto, ele acredita que os limites de tolerância impostos pelo texto ainda são pouco exigentes quando comparados a normatizações europeias ou dos Estados Unidos. A expectativa dele é de que, com o tempo, as revisões tornem mais rígidos os requisitos impostos, assim como passem a contemplar em seu texto principal – e não apenas na forma de anexos – as considerações acerca de limitação de ruídos para instalações hidrossanitárias e equipamentos de uso coletivo, como casas de máquinas, exaustores e ramais de esgoto. O engenheiro acredita que indústria, arquitetos e projetistas em geral têm se qualificado – ainda que lentamente – para desenvolver sistemas e ambientes construídos em consonância com o desempenho acústico mínimo. O caminho, entretanto, é longo, como denuncia o que Akkerman chama de negligência na concepção e execução de edificações no âmbito do Minha Casa Minha Vida, que, afirma, não apresentam conforto acústico satisfatório. Outro ponto para o qual o consultor chama atenção diz respeito aos níveis de ruídos decorrentes da tendência de aglomeração de unidades residenciais em torno de grandes eixos urbanos, conforme prescrito no novo Plano Diretor da cidade de São Paulo, por exemplo.