Ruídos mapeados

Título | Ruídos mapeados
Fonte | Revista Téchne Edição 191 – Fev/13
Autora | Karina Dacol
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Construtoras investem em mapeamento sonoro para garantir desempenho acústico das construções

Cartografia e simulações de computador apoiam as decisões de projetos em grandes centros urbanos, com elevados níveis de ruídos.

Entenda como é o processo de expansão dos grandes centros urbanos brasileiros tem sido acompanhada do adensamento populacional e do crescimento do fluxo de veículos. O resultado é o aumento dos ruídos gerados em ruas e avenidas, que começam a chamar a atenção das construtoras, preocupadas com o atendimento das exigências de conforto acústico da Norma de Desempenho para edifícios habitacionais (NBR 15.575).

Para isso, elas contratam empresas especializadas para fazer o mapeamento sonoro do entorno dos terrenos onde vão construir seus novos empreendimentos. A ideia é levantar dados e realizar simulações que apoiem o desenvolvimento dos projetos e a especificação de soluções, materiais e sistemas construtivos com melhor desempenho acústico.
 
O mapa acústico é uma ferramenta fundamental para estudo, diagnóstico e gestão do ambiente sonoro. O resultado é um conjunto de pontos que apresenta a disposição dos diferentes níveis sonoros em uma determinada área geográfica.
 
O mapeamento sonoro pode ser realizado em diferentes escalas: pode-se mapear desde pequenos quarteirões até cidades inteiras. Na escala das cidades, ainda não há no Brasil mapeamento executado de maneira sistemática. Os mapeamentos localizados, executados para uma implantação específica, já são bem difundidos no meio técnico. “Esses mapas são os normalmente utilizados para projeto acústico e certificação de edifícios”, afirma o arquiteto Marcos Holtz.

Com a divisão da cidade em zonas, nas quais existem limites máximos de ruído permitidos durante o dia e a noite, as construtoras utilizam a cartografia sonora de uma determinada região de interesse para tomar decisões de projeto que garantam o desempenho acústico da edificação.
 
O físico e pesquisador Marcelo Aquilino explica que, para elaborar o mapeamento sonoro, os profissionais devem ter conhecimento na área de acústica, podendo ser físicos, engenheiros, tecnólogos ou técnicos. “Outras ferramentas importantes para o mapeamento sonoro são os softwares de simulação, que permitem estimar o ruído em uma determinada área onde existam fontes sonoras conhecidas”, acrescenta.
 
Devido à complexidade dos cenários acústicos urbanos, os estudos precisam considerar a participação de várias fontes sonoras e a necessidade de se avaliar inúmeros pontos. Dessa forma, os modelos computacionais se mostram imprescindíveis, uma vez que possibilitam a realização de cálculos, análises e relatórios rápidos e com precisão.

As normas e legislações existentes para a avaliação e regulamentação do cenário da poluição sonora especificam parâmetros a serem medidos e indicam como os equipamentos de medição devem ser configurados e como os fatores envolvidos devem ser manipulados. Os níveis sonoros considerados aceitáveis para ambientes externos são determinados pela NBR 10.151, revisada no fim de 2012. No âmbito das edificações, a NBR 15.575 estipula valores de isolação sonora para garantir o nível de desempenho acústico do edifício. Uma vez mapeado o local onde o edifício será implantado, os projetistas terão subsídios para projetar adequadamente os ambientes, orientando o melhor posicionamento das aberturas e a escolha de materiais que proporcionem isolação acústica adequada.

Confira a reportagem completa na edição 191 da revista Téchne, a partir de 20 de fevereiro